TÁVOLA, Artur da. Muito pessoal. In: TÁVOLA, Artur da. Mevitevendo. 7. ed. Rio de Janeiro: PGL-Comunicação, 1981. p. 23 [22-23].
Assim, estes dois selvagens das matas do Brasil, cada um com as suas armas, cada um com a consciência de sua força e de sua coragem, consideravam-se mutuamente como vítimas que iam ser imoladas.
O tigre desta vez não se demorou; apenas se achou a coisa de quinze passos do inimigo, retraiu-se com uma força de elasticidade extraordinária e atirou-se como um estilhaço de rocha, cortada pelo raio.
Foi cair sobre o índio, apoiado nas largas patas detrás, com o corpo direito, as garras estendidas para degolar a sua vítima, e os dentes prontos a cortar-lhe a jugular.
A velocidade deste salto monstruoso foi tal que, no mesmo instante em que se vira brilhar entre as folhas os reflexos negros de sua pele azevichada, já a fera tocava o chão com as patas.
Mas tinha em frente um inimigo digno dela, pela força e agilidade.
Como a princípio, o índio havia dobrado um pouco os joelhos, e segurava na esquerda a longa forquilha, sua única defesa; os olhos sempre fixos magnetizavam o animal. No momento em que o tigre se lançara, curvou-se ainda mais; e fugindo com o corpo apresentou o gancho. A fera, caindo com a força do peso e a ligeireza do pulo, sentiu o forcado cerrar-lhe o colo, e vacilou.
Então, o selvagem distendeu-se com a flexibilidade da cascavel ao lançar o bote; fincando os pés e as costas no tronco, arremessou-se e foi cair sobre o ventre da onça, que, subjugada, prostrada de costas, com a cabeça presa ao chão pelo gancho, debatia-se contra o seu vencedor, procurando debalde alcançá-lo com as garras.
Esta luta durou minutos; o índio, com os pés apoiados fortemente nas pernas da onça, e o corpo inclinado sobre a forquilha, mantinha assim imóvel a fera, que há pouco corria a mata não encontrando obstáculos à sua passagem.
Quando o animal, quase asfixiado pela estrangulação, já não fazia senão uma fraca resistência, o selvagem, segurando sempre a forquilha, meteu a mão debaixo da túnica e tirou uma corda de ticum que tinha enrolada à cintura em muitas voltas.
Nas pontas desta corda havia dois laços que ele abriu com os dentes e passou nas patas dianteiras ligando-as fortemente uma à outra; depois fez o mesmo às pernas, e acabou por amarrar as duas mandíbulas, de modo que a onça não pudesse abrir a boca.
Feito isto, correu a um pequeno arroio que passava perto; e enchendo de água uma folha de cajueiro-bravo, que tornou cova, veio borrifar a cabeça da fera. Pouco a pouco o animal ia tornando a si; e o seu vencedor aproveitava este tempo para reforçar os laços que o prendiam, e contra os quais toda a força e agilidade do tigre seriam impotentes.
Neste momento uma cutia tímida e arisca apareceu na lezíria da mata, e adiantando o focinho, escondeu-se arrepiando o seu pêlo vermelho e afogueado.
O índio saltou sobre o arco, e abateu-a daí a alguns passos no meio da carreira; depois, apanhando o corpo do animal que ainda palpitava, arrancou a flecha, e veio deixar cair nos dentes da onça as gotas do sangue quente e fumegante.
Apenas o tigre moribundo sentiu o odor da carniça, e o sabor do sangue que filtrando entre as presas caíra na boca, fez uma contorção violenta, e quis soltar um urro que apenas exalou-se num gemido surdo e abafado.
O índio sorria, vendo os esforços da fera para arrebentar as cordas que a atavam de maneira que não podia fazer um movimento, a não serem essas retorções do corpo, em que debalde se agitava. Por cautela tinha-lhe ligado até os dedos uns aos outros para privar-lhe que pudesse usar das unhas longas e retorcidas, que são a sua arma mais terrível.
Quando o índio satisfez o prazer de contemplar o seu cativo quebrou na mata dois galhos secos de biribá, e rogando rapidamente um contra o outro, tirou fogo pelo atrito e tratou de preparar a sua caça para jantar.
Em pouco tempo tinha acabado a selvagem refeição, que ele acompanhou com alguns favos de mel de uma pequena abelha que fabrica as suas colmeias no chão. Foi ao regato, bebeu alguns goles de água, lavou as mãos, o rosto e os pés, e cuidou em pôr-se a caminho.
Passando pelas patas do tigre o seu longo arco que suspendeu ao ombro, e vergando ao peso do animal que se debatia em contorções, tomou a picada por onde tinha seguido a cavalgata.
ALENCAR, José de. O Guarani. 21. ed. São Paulo, SP: Ática, 1997. p. 30-31. (Série Bom Livro).
A PALAVRA CERTA
Atravesso a noite com um verso
Que não se resolve
Na outra mão as flores
Como se flores bastassem
Eu espero
E espero
Não funcionam luzes, telefones
Nada se resolve
Trens parados, Carros enguiçados
Aviões no pátio esperam
E esperam
A chave que abre o céu
D´aonde caem as palavras
A palavra certa
Que faça o mundo andar
A PALAVRA certa. Intérprete: Herbert Vianna. Compositores: Herbert Vianna, George Israel, Paula Toller. In: SANTORINI Blues. Intérprete: Herbert Vianna. [S. l.]: EMI Music Brasil, 1997. 1 CD, faixa 7.
Três sonetos
I
[A Raul Campos]*
Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.
O ar que respiro, este licor que bebo
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei-de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.
Nem nunca, propriamente, reparei
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? serei
Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante às sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente.
*Lisboa, (uns seis a sete meses antes do Opiário) Agosto 1913
II
A Praça da Figueira de manhã,
Quando o dia é de sol (como acontece
Sempre em Lisboa), nunca em mim esquece,
Embora seja uma memória vã.
Há tanta coisa mais interessante
Que aquele lugar lógico e plebeu,
Mas amo aquilo, mesmo aqui... Sei eu
Porque o amo? Não importa nada. Adiante...
Isto de sensações só vale a pena
Se a gente se não põe a olhar p’ra elas.
Nenhuma d'elas em mim é serena...
De resto, nada em mim é certo e está
De acordo comigo próprio. As horas belas
São as dos outros, ou as que não há.
Londres (uns cinco meses antes do Opiário) Outubro 1913
III
[A Daisy Mason]
Olha, Daisy, quando eu morrer tu hás-de
Dizer aos meus amigos ai de Londres,
Que, embora não o sintas, tu escondes
A grande dor da minha morte. Irás de
Londres p’ra York, onde nasceste (dizes —
Que eu nada que tu digas acredito...)
Contar àquele pobre rapazito
Que me deu tantas horas tão felizes
(Embora não o saibas) que morri.
Mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
Nada se importará. Depois vai dar
A notícia a essa estranha Cecily
Que acreditava que eu seria grande...
Raios partam a vida e quem lá ande!...
(A bordo do navio em que embarcou para o Oriente; uns quatro meses antes do Opiário, portanto) Dezembro 1913
CAMPOS, Álvaro de. Três sonetos. In: PESSOA, Fernando. Poesia de Álvaro de Campos. São Paulo: Martin Claret, 2006. p. 37-39.
Para Ana, Terra...
Análoga e certa, à luz de girassol,
continua a grande lua a anelar
letra, arco, gérberas... e a centrar
a liberdade... Cirandam genéticas artérias...
Cá e lá, aos nomes e pessoas
arbitro... figuras, rostos, fatos e atos...
e ponho a fio a tela de esperança!
Ah, é a Terra, é tudo que há nela!
Universo? Sim, único verso
a abraçar enquanto acarinha
o saber que acerta em sentir...
Há tempo? Não é preciso...
Sonhos provam desta querência
e já são neblina de manhã...
Se ao chão deixa água rara
umedece a alma no olhar:
concentra alegria à lágrima
e anima o riso a chorar.
Amo do Almo Termo, 31 de maio de 2024.
THOREAU, Henry David. Andar a pé. Tradução de Sarmento de Beires e José Duarte. [S. l.]: eBooksBrasil.com, 2003. E-book. local. 52-56 [de 407]. Digitalização de livro em papel: THOREAU, Henry David. Andar a pé. M. Jackson Inc.: Rio de Janeiro, 1950. Ensaístas Americanos. Clássicos Jackson. v. 33.
O HOMEM E O OBJETO
1
Sou o guerreiro,
a palavra a seta,
o objeto a meta:
o guerreiro solta a seta
e no alvo se completa.
A palavra
é o corpo
onde vivo
em duplo aspecto.
A palavra
é o corpo
onde ostento
o que secreto.
A palavra
é o corpo
onde faço
o meu trajeto.
A palavra é como um mito
que se pode cultivar,
como a palavra também pode
num mito nos transformar,
como o mito é uma palavra
em que se pode encalhar.
Sou o guerreiro,
a palavra a seta,
o objeto a meta:
o guerreiro solta a seta
e no alvo se completa.
SANT'ANNA, Affonso Romano de. A palavra e o objeto. In: SANT'ANNA, Affonso Romano de. Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 2007. v. 1. p. 49.
Em menos tempo do que ontem, até porque estou usando outro recurso para registrar as palavras hoje, creio que vou escrever menos texto do que nos dois dias anteriores. Isso não deve ser problema, pois mesmo assim estou aqui, com mais vontade do que habilidade, com mais razão do que saber, com mais de menos do que de mais...
Deixando esses jogos de palavras de lado, prefiro comentar coisas do dia (e da tarde e da noite) para, delas, partir para questões atemporais... esperanças, esperanças... Hoje finalmente pude correr... correr... correr, fisicamente. Prazer inenarrável, ouvindo música então, melhor ainda. Não, eu não sou desses que se entrega ao corpo de forma mecânica, como máquina que funciona até a exaustão de seus componentes ou que apresenta qualquer defeito pelo uso exagerado. Procuro pensar, entre essa espécie de cansaço satisfatório, sobre coisas importantes para mim, assuntos e questões morais, éticas e sociais. Entre a observação de gestos e corpos ao longo de quase duas horas de exercício, vou meio.que me descobrindo como pessoa, cidadão, homem, ser socialmente constituído, mas que tem um contexto e ambiente condicionante (não determinante) e constante, articuladamente correlacionante, a me e a nos espreitar e tragar para seus domínios de convenções, digamos, específicas.
Esse é o destino dos resistentes: lutar a luta mais vã, como ilustra Drummond com as... Palavras!
Não lutar com as palavras talvez seja fechar os olhos ao seu sinal...
Bons momentos... e fins de tarde... e madrugadas...
Feira de Santana, BA, 8 de maio de 2021.
Tempo de minhas palavras
Onde está? Onde estão?
Vejo e sinto esforço apenas
Perto do céu e do vão...
Quando o sertanejo vai ficando velho, quando sente os membros cansados e entorpecidos, os olhos já enevoados pela idade, os braços frouxos para manejar a machadinha que lhe da o substancial palmito ou o saboroso mel de abelhas, procura então quem o queira para esposo, alguma viúva ou parenta chegada, forma casa e escola, e prepara os filhos e enteados para a vida aventureira e livre que tantos gozos lhe dera outrora.
Esses discípulos aguçada a curiosidade com as repetidas e animadas descrições das grandes cenas da natureza, num belo dia desertam da casa paterna, espalham-se por ai além, e uns nos confins do Paraná, outros nas brenhas de São Paulo, nas planuras de Goiás ou nas bocainas de Mato Grosso, por toda a parte enfim, onde haja deserto, vão pôr em ativa prática tudo quanto souberam tão bem ouvir, relembrando as façanhas do seu respeitado progenitor e mestre.
Os professores de matemática dizem que a menor distância entre dois pontos é uma reta. Menos pro meu avô. "Besteira! A menor distância é aquela em que a gente se diverte mais." Apesar de ser homem direito, nunca andou em linha. Já viúvo, levou mais de mês para chegar a Belém, pois serpenteou meio Brasil - deixando amigos, amores e saudades por onde passou. Cresci e, encantado pela solidão do imediato, achei isso uma total perda de tempo. Coisa de velho, sabe? Até que ele morreu. E vi que o velho era eu, pois um mundo de gente, sorrindo de dor, foi ao seu enterro. Desde então, em sua memória, respeito o humor do vento antes de começar uma caminhada.
SAKAMOTO, Leonardo. Pequenos contos para começar o dia. São Paulo: Expressão Popular, 2012. p. 11.
SIQUEIRA, Yttérbio Homem de. Salmo do Instante - I. In: SIQUEIRA,ira. Yttérbio Homem de. Abismo intacto. Rio de Janeiro: José Olympio; Recife: Fundarte, 1983. p. 38.
Foi numa Semana Santa
Tava o céu em oração
São Pedro estava na porta
Refazendo anotação
Daqueles santos faltosos
Quando chegou Lampião.
Pedro pulou da cadeira
Do susto que recebeu
Puxou as cordas do sino
Bem forte nele bateu
Uma legião de santos
Ao seu lado apareceu.
São Jorge chegou na frente
Com sua lança afiada
Lampião baixou os óculos
Vendo aquilo deu risada
Pedro disse: Jorge expulse
Ele da santa morada.
E tocou Jorge a corneta
Chamando sua guarnição
Numa corrente de força
Cada santo em oração
Pra que o santo Pai Celeste
Não ouvisse a confusão.
O pilotão apressado
Ligeiro marcou presença
Pedro disse a Lampião:
Eu lhe peço com licença
Saia já da porta santa
Ou haverá desavença.
Lampião lhe respondeu:
Mas que santo é o senhor?
Não aprendeu com Jesus
Excluir ódio e rancor?...
Trago paz nesta missão
Não precisa ter temor.
Disse Pedro isso é blasfêmia
É bastante astucioso
Pistoleiro e cangaceiro
Esse povo é impiedoso
Não ganharão o perdão
Do santo Pai Poderoso
Inda mais tem sua má fama
Vez por outra comentada
Quando há um julgamento
Duma alma tão penada
Porque fora violenta
Em sua vida é baseada.
- Sei que sou um pecador
O meu erro reconheço
Mas eu vivo injustiçado
Um julgamento eu mereço
Pra sanar as injustiças
Que só me causam tropeço.
Mas isso não faz sentido
Falou São Pedro irritado
Por uma tribuna livre
Você aqui foi julgado
E o nosso Onipotente
Deu seu caso encerrado
- Como fazem julgamento
Sem o réu estar presente?
Sem ouvir sua defesa?
Isso é muito deprimente
Você Pedro está mentindo
Disso nunca esteve ausente.
Sobre o batente da porta
Pedro bateu seu cajado
De raiva deu um suspiro
E falou muito exaltado:
Te excomungo Virgulino
Cangaceiro endiabrado.
Houve um grande rebuliço
Naquele exato momento
São Jorge e seus guerreiros
Cada qual mais violento
Gritaram pega o jagunço
Ele aqui não tem talento.
Lampião vendo o afronto
Naquela santa morada
Disse: Deus não está sabendo
Do que há na santarada
Bateu mão no velho rifle
Deu pra cima uma rajada.
O pipocado de bala
Vomitado pelo cano
Clareou toda a fachada
Do reino do Soberano
A guarnição assombrada
Fez Pedro mudar de plano.
Em um quarto bem acústico
Nosso Senhor repousava
O silêncio era profundo
Que nada estranho notava
Sem dúvida o Pai Celeste
Um cansaço demonstrava.
Pedro já desesperado
Ligeiro chamou São João
Lhe disse sobressaltado:
Vá chamar Cícero Romão
Pra acalmar seu afilhado
Que só causa confusão.
Resmungando bem baixinho
Pra raiva poder conter
Falou para Santo Antônio:
Não posso compreender
Este padre não é santo
O que aqui veio fazer?!
Disse Antônio: fale baixo
De José é convidado
Ele aqui ganhou adeptos
Por ser um padre adorado
No Nordeste brasileiro
Onde é “santificado”.
Padre Cícero experiente
Recolheu-se ao aposento
Fingindo não saber nada
Um plano traçava atento
Pra salvar seu afilhado
Daquele acontecimento.
- Logo João bateu na porta
Lhe transmitindo o recado
Cícero disse: vá na frente
Fique despreocupado
Diga a Pedro que se acalme
Isso já será sanado.
Alguns minutos o padre
Com uma Bíblia na mão
Ao ver Pedro lhe indagou:
O que há para aflição?
Quem lá fora tenta entrar
E também um ser cristão,
São Pedro disse: absurdo
Que terminou de falar
Mas Cícero foi taxativo:
Vim a confusão sanar
Só escute o réu primeiro
Antes de você julgar.
Não precisa ele entrar
Nesta sagrada mansão
O receba na guarita
Onde fica a guarnição
Com certeza há muitos anos
Nos busca aproximação.
Vou abrir esta exceção
Falou Pedro insatisfeito
O nosso reino sagrado
Merece muito respeito
Virou-se para São Paulo:
Vá buscar este sujeito.
Lampião tirou o chapéu
Descalço também ficou
Avistando o seu padrinho
Aos seus pés se ajoelhou
O encontro foi marcante
De emoção Pedro chorou
Ao ver Pedro transformado
Levantou-se e foi dizendo:
Sou um homem injustiçado
E por isso estou sofrendo
Circula em torno de mim
Só mesmo o lado ruim
Como herói não estão me vendo.
Sou o Capitão Virgulino
Guerrilheiro do sertão
Defendi o nordestino
Da mais terrível aflição
Por culpa duma polícia
Que promovia malícia
Extorquindo o cidadão.
Por um cruel fazendeiro
Foi meu pai assassinado
Tomaram dele o dinheiro
De duro serviço honrado
Ao vingar a sua morte
O destino em má sorte
Da “lei” me fez um soldado.
Mas o que devo a visita.
Pedro fez indagação
Lampião sem bater vista:
Vê padim Ciço Romão
Pra antes do ano novo
Mandar chuva pro meu povo
Você só manda trovão
Pedro disse: é malcriado
Nem o diabo lhe aceitou
Saia já seu excomungado
Sua hora já esgotou
Volte lá pro seu Nordeste
Que só o cabra da peste
Com você se acostumou.
FIM
VIEIRA, Guaipuan, A chegada de Lampião no Céu. [S. l.]: Centro Cultural Digital, 1997. Disponível em https://centrocultural.com.br/items/show/13. Acesso em: 27 fev. 2024.