Por vezes me olho num imponderável espelho e me interrogo: sois parvo? Sim, porque não consigo ficar mudo e imóvel ante as fortunas da inteligência parindo siameses de mestres-salas e porta-bandeiras da idiotia. Em outros termos, contaminado pelos esgares da panaceia nacional, não alcanço comungar com a paralisia confortável sobre braços e cabeças, em mim mesmo identificando a febre da inquietude e reconhecendo que o imobilismo reativo gera capitulações e estas representam o mais rotundo dos fracassos humanos: a renúncia passiva a lutar pelos justos valores da vida digna.
ARAUJO, Jorge de Souza. Lei Seca cheia de bolor. In: ARAUJO, Jorge de Souza. Estupros à razão e outras crônicas da vida vinagre. Itabuna: Via Literarum, 2012. p. 77 [77-79].
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