sexta-feira, 29 de março de 2024

Citação de Pesquisa na escola: o que é, como se faz, de Marcos Bagno


Ensinar a aprender é criar possibilidades para que uma criança chegue sozinha às fontes de conhecimento que estão à sua disposição na sociedade. A vida de hoje é caracterizada por um verdadeiro bombardeio de informações. Para todo lado que olhamos, nos deparamos com alguma dessas "bombas" prontas para explodir: televisão, rádio, cinema, jornais, revistas, folhetos, livros, Internet, CD- ROM.... Essas "bombas" podem estar também armazenadas em "arsenais" específicos: livrarias, bibliotecas, museos, salas de espetáculo, centros culturais, circos, escolas, monumentos históricos, prédios públicos, fábricas, empresas, laboratórios, jardins zoológicos, supermercados, shopping centers, jardins botânicos, estações de metrô, galerias de arte....

Tudo isso junto cria um verdadeiro labirinto onde é muito fácil alguém se perder, a menos que tenha um bom fio de Ariadne para se orientar. E esta é mesmo a palavra-chave: orientação. Se o professor abrir mão de seu papel fundamental de orientador da aprendizagem de seus alunos, estará se responsabilizando pelo que vier a acontecer com eles ao tentarem atravessar esse labirinto, que na verdade é um grande campo minado. Afinal, não falei em "bombas" só porque gosto de metáforas exageradas. muito, mas muito mesmo do que anda solto por aí disfarçado de "informação" não passa, na verdade, de "bombas" de inutilidades, modismos, pseudociências, superstições e futilidades. (Faça você mesmo o teste: pegue a grade de programação diária de alguma emissora de televisão das mais assistidas e tente filtrar o que é "bomba" e o que tem algum valor formativo ou informativo...)

Ensinar a aprender, então, é não apenas mostrar os caminhos, mas também orientar o aluno para que desenvolva um olhar crítico que lhe permita desviar-se das "bombas" e reconhecer, em meio ao labirinto, as trilhas que conduzem às verdadeiras fontes de informação e conhecimento.

BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é, como se faz. 20. ed. São Paulo: Loyola, 2006. p. 14-15.

Nenhum comentário:

Postar um comentário