Para que o homem [e outros gêneros do ser humano] entre numa relação em uma relação criadora com a realidade é preciso que este relacionamento seja um ato de consciência. E nós diremos porque. É pela simples razão de que não há realidade sem consciência de realidade. A realidade faz e é feita pela consciência. Seremos mais exatos, aliás, se dissermos que a consciência é a própria realidade concentrada no seu princípio de unidade. Mas essa premissa teórica não tem sido tranqüilamente [sic] aeita ou compreendida. Por que? Porque as questões, por parecerem simples, por esconderem a sua complexidade, são tratadas simplificadamente, numa linha de formulação que vai da ingenuidade ao equívoco, passando algumas vezes pela má fé.
PORTELLA, Eduardo. O realismo como estrutura e as ameaças de setorização. In: PORTELLA, Eduardo. Teoria da comunicação literária. 2. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro: Tempo brasileiro, 1973. p. 61.
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