[...] ([...] As palavras iluminam as ilhas das formas visíveis no oceano escuro invisível e marcam os dispersos pontos de relevância na massa informe da insignificância. São as palavras que dividem o mundo em classes de objetos nomeáveis e fazem surgir seu parentesco ou oposição, proximidade ou distância, afinidade ou estranhamento - e enquanto estiverem sozinhas no campo elevam todos esses artefatos ao nível de realidade, a única realidade que existe.) É preciso viver, visitar, conhecer intimamente mais de um desses universos para a invenção humana por trás da estrutura impositiva e aparentemente irredutível de qualquer desses universos, e para descobrir quanto esforço cultural humano é necessário para adivinhar a ideia da natureza com suas leis e necessidades; tudo isso é preciso para se reunir, ao final, a audácia e a determinação para juntar-se, conscientemente, a esse esforço cultural, ciente de seus riscos e armadilhas, mas também do ilimitado de seus horizontes. (BAUMAN, 2001, p. 236-237, grifo do autor).
OBS: citação atualizada para o novo acordo ortográfico.
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