quarta-feira, 1 de junho de 2022

Ontem

Ontem nasceu outra coisa...

Vista de longe, aquilo poderia não vingar

Soube por ouvir falar, mas entendi...

A fé renovará, mesmo, o que não se ganhar!


Se o sonho não é possível ao dormir, desperte...

Ame o que puder boquiaberto, mudo...

Não acredite no que está vendo, solerte...

Duvide do que sente aqui... no verso arguto!


Fim do dia. Palmas à história...

O olhar no horizonte, à madrugada, descobre

A escuridão e o frio, as vãs palavras... o tempo e a glória...

Valoram o sol, o ser e a futura fala...


Ontem para bilhões entre nós...

Inumeráveis para tantos vós...

Incríveis cordas que suavizam o sentido

E indefinem o senso... e redimem o escrito.


Se a noite interliga os dias, a poesia

Que não se credita, indigna, haverá

De estar no verso da linha, na distância

Que ilimita os versos, o que nego, aí, ao olhar...


D. C. Almeida

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