Fotografia: Danilo Cerqueira |
Depois dos muros
onde estamos?
Quando o olhar se ergue
aonde vamos?
Depois do muro, um pórtico-espelho
não nos vemos pelas costas?
Depois dos muros
caímos em prantos.
Depois dos muros
ao vento bradamos, ofendidos
sobre o dano, sobre o ganho.
Depois dos muros
o verso não está em branco...
Depois dos muros
cada um está tecendo seu canto?
Cada um está revendo o seu canto?
Cada um está devendo ao seu canto?
Cada um está demolindo os muros de seu canto?
Cada um está erguendo novos muros...
e demole novos velhos muros...
e descobre novos cantos
e enxuga novos prantos...
e avista, à distancia da curva terrestre...
muros são grossas linhas
meras sublinhas.
Danilo Cerqueira
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