sexta-feira, 4 de março de 2011

Escrita "quase" automática num carnaval de palavra

Vou lá chegar ao ápice da escrita e deixar lentamente a tinta escorrer ou talvez o lápis rasgar o papel, uma tesoura cortar um tecido qualquer? ... Posso não mais saber o que pensar?!

Essa é a mais doce perdição...  de pensamentos. Ficar mesmo tudo branco, nunca por uma droga? Bela noção de drogas têm as mentes conservadoras ou conservadas de nossa sociedade. A verdadeira perdição (leia-se alheamento existencial) se curte sem qualquer artificialidade. Tudo pode ser produzido por nosso corpo, de maneira natural. Uma doce perdição é, no meu caso, a perdição pela palavra. Encontrar e perder os próprios ânimos num texto é uma tal viagem que não troco por muita coisa. Não a troco por qualquer coisa porque isso já é literatura e música: "Essa papo já tá qualquer coisa... Você já tá pra lá de Marrakech"

Essa coisa que meche com o olhar e afunda nossas cabeças num laguinho de papel, transborda a água-vida em nosso movimento através de, digamos assim, raias-pautas. E como se pode mergulhar nesse mundo submerso, nesse incômodo maravilhoso que pode muito tumultuar, um certo vício que, se não for complementado por certa visão de realidade não sobra nada - nada de responsa!
Quando cada criança estiver no alto de uma árvore, a gritar de alegria pelo final da brincadeira, estarei bem contente com a certa missão de vida, movimento involuntário de inspiração e expiração somente amalgamado por quem respira e faz algumas pausas (esteja-se ofegante) quando escreve uma palavra.

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