quarta-feira, 23 de junho de 2010

Ris Cá? Canção de Sal

Salvador Dalí. Filósofo reclinável, 1938
Lápis sobre papel,  21,5 x 28cm
Coleção particular

Estive a escutar músicas recentes ...
Bem recentes mesmo...
Instantâneas quase.
Deliciávamos - Eu e mim - As asperitudes verbais, arcaísmos indecifráveis.
Vernáculo ao léu.
Mas... Súbito! ... Atentou a nós uma viva chama inteligente e de ausculta inteligível.
Sermos sensíveis não era ... Não seria demasiado excesso.
Penetramos muito longamente naquela sonoridade de interior de violão, num rodopio feito trajetória de pandeiro.
Debruçamo-nos, insustentáveis e cada vez mais embasbacados, aos sons delinquentes que nos faziam rir das peripécias - imagens acústicas suicidas que cercavam nossos ouvidos a abocanhar nossos tímpanos.
Mas não.
As com-sequências eram outras.
Perdi meus olhos. Não serviam mesmo para nadar!
Às perdas sucederam momentos de usurpação: não respirava, menos tateava que sem língua.
Fiquei apenas com o indicador de ondas para a concha.


Mariano Aido

Um comentário:

  1. "Meu querido, meu velho, meu amigo!"
    qtas saudades de ti, te quero muito bem Dan!

    "Não nos afastemos, não nos afastemos muito, vamos d emãos dadas". C. Drummond de Andrade

    ResponderExcluir